sábado, 24 de janeiro de 2009

O VENTO E O LAMENTO


O vento quis assim,
Que desta mera quimera,
Te apartasses de mim.
E foi assim.
Sem dó nem piedade,
O vento te levou.
E nem ele soube,
O rasto que deixaste.
O vento quisera antes que eu quisesse
Ou pudesse.
Levar-te para não sofreres,
Por não poderes.
Voaste,
E nos abandonaste.
Foi vento sul, ou talvez vento norte ?
Não, foi o teu desnorte,
Em má sorte.
E tu vento já não tens o meu lamento,
Pois nada me dá alento,
Nem o meu intento,
Fora desse lamento.
Lamento.
O vento assim quisera,
Que o nosso tempo fosse uma quimera.
Pudera.
Pudera eu o que não pude,
Neste Mundo que nos ilude,
E tu não fugirias.
Me amarias.
Eu te amei
Nunca te deixei.
Agora resta-me a saudade
Do tempo vivido
Que parou sem tento,
Para o teu desalento.
Agora,
Até a qualquer hora.
Para meu lamento!


Amiguel
Ericeira/Portugal
20-03-2007

2 comentários:

  1. O vento trás o o lamento,
    Do espaço vivido sem tempo!
    Mas o vento tras também o alento,
    Dos passos imprimidos em desalento.
    Ah, o vento...

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  2. Teu poema tocou-me o coração, pelo amor que viveste, pelos sentimentos de perda e desalento...É continuar a viver, é guardar um cantinho especial no teu coração para ela...Grande beijo.

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