sábado, 31 de janeiro de 2009

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SER POETA (Perdidamente)
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Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhas de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca
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É URGENTE

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros
e a luzimpura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

Eugénio de Andrade

A DEFESA DO POETA

Senhores jurados sou um poeta
um multipétalo uivo um defeito
e ando com uma camisa de vento
ao contrário do esqueleto

Sou um vestíbulo do impossível um lápis
de armazenado espanto e por fim
com a paciência dos versos
espero viver dentro de mim

Sou em código o azul de todos
(curtido couro de cicatrizes)
uma avaria cantante
na maquineta dos felizes

Senhores banqueiros sois a cidade
o vosso enfarte serei
não há cidade sem o parque
do sono que vos roubei

Senhores professores que puseste
a prémio minha rara edição
de raptar-me em crianças que salvo
do incêndio da vossa lição

Senhores tiranos que do baralho
de em pó volverdes sois os reis
sou um poeta jogo-me aos dados
ganho as paisagens que não vereis

Senhores heróis até aos dentes
puro exercício de ninguém
minha cobardia é esperar-vos
umas estrofes mais além

Senhores três quatro cinco e sete
que medo vos pôs na ordem ?
que pavor fechou o leque
da vossa diferença enquanto homem ?

Senhores juízes que não molhais
a pena na tinta da natureza
não apedrejeis meu pássaro
sem que ele cante minha defesa

Sou uma impudência a mesa posta
de um verso onde o possa escrever
ó subalimentados do sonho !
a poesia é para comer.

Natália Correia

sábado, 24 de janeiro de 2009

O VENTO E O LAMENTO


O vento quis assim,
Que desta mera quimera,
Te apartasses de mim.
E foi assim.
Sem dó nem piedade,
O vento te levou.
E nem ele soube,
O rasto que deixaste.
O vento quisera antes que eu quisesse
Ou pudesse.
Levar-te para não sofreres,
Por não poderes.
Voaste,
E nos abandonaste.
Foi vento sul, ou talvez vento norte ?
Não, foi o teu desnorte,
Em má sorte.
E tu vento já não tens o meu lamento,
Pois nada me dá alento,
Nem o meu intento,
Fora desse lamento.
Lamento.
O vento assim quisera,
Que o nosso tempo fosse uma quimera.
Pudera.
Pudera eu o que não pude,
Neste Mundo que nos ilude,
E tu não fugirias.
Me amarias.
Eu te amei
Nunca te deixei.
Agora resta-me a saudade
Do tempo vivido
Que parou sem tento,
Para o teu desalento.
Agora,
Até a qualquer hora.
Para meu lamento!


Amiguel
Ericeira/Portugal
20-03-2007

À PROCURA DE UM POEMA

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Quero fazer um poema
mas não encontro o tema.
Leio Jabor*
sem temor
nem receio,
este meu anseio.
Mas com amor,
olho o mar,
o infinito,
reflicto.
E para mim repito,
quero amar!
Paro, deixo Jabor e as suas lucubrações.
Passam minhas ilusões.
Fervilho de emoção.
Jabor tem razão:
Aceitar tudo é dizer não! a um Mundo melhor
e deixar que este fique pior.
Eu quero amar!
E olho o mar
eu quero amar!
eu quero amar!
E tu sem cá estar
Por vezes dói
Uma dor que corrói!
eu quero amar!
beijar-te,
abraçar-te,
Possuir-te.
Mas,
Ah! Se dói!
Foste a razão deste meu poema.
Foste o meu tema.
Deste amar querer.
Deste querer envolver.
Deste envolver até morrer.
Eu quero amar!
sem parar!


Amiguel
10/2006

*Arnaldo Jabor in:”Amor é prosa sexo é poesia”

PARA TI MEU DEUS-AMOR



Como eu seria feliz se soubesse fazer um poema para TI
Oh meu DEUS como seria bom.
Mas não encontro jeito nem tom.
Vou sentindo o que nunca senti.
A tua dimensão,
É infinita, para o meu coração.
Tu és AMOR.
Eu sou desamor.
Mas eu quero amar-Te.
E ainda não encontrei arte.
Tu meu DEUS
Meu Arquitecto, meu Senhor.
Os dias não são meus,
São teus.
Tu és AMOR,
Meu DEUS.
Dimensão infinita
Que orienta minha escrita.
Tu Senhor do Amor
Que me tiras do torpor.
Tu Poder eterno,
Que me aqueces no Inverno.
Tu minha Salvação,
Que me refrescas o coração,
No verão.
E em qualquer ocasião.
Faço o poema que senti,
Com palavras que vêm de ti.
Quero um poema em teu louvor,
Porque és o meu Senhor.
Porque tu és Amor
O Salvador.
Eu quem sou?
Um que a Ti orou!
Um filho teu que se interroga
E te roga.
Pai orienta meus actos,
Perdoa meus desacatos.
Este poema virou oração
Pois saiu do coração.
É poema inacabado,
Para ti meu Pai
Te ouço, falai.
Perdoa minha presunção,
Na pequenez do meu coração.
Tu Amor infinito,
Recebe este meu escrito
E os pedidos que te fiz.
Pelos mais desfavorecidos
Pelos pobres esquecidos
Pelos doentes desprezados
Pelas mulheres ultrajadas
Pelos jovens carenciados
Pelos idosos abandonados
Pelos pais desorientados
Pelos políticos desajustados
Pelos amantes enganados
Pela Natureza vilipendiada
Pelos professores incapacitados
Por todos os seres maltratados.

Outubro/2006

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Só,
Não gosto de estar só.
Estado de alma
Que dá pena.
Na minha pena.
Eu aqui,
Tu ali,
Eu cá,
Não dá.
Passam os dias,
As semanas,
Passam os meses
Passados,
Repassados,
Sonhados.
De um amor
Que não tenho.
Mas tenho,
Sonhado.
Hoje,
Ontem,
No passado.
Só?
Estou só.
O amor,
Está em mim.
Só tu estás ausente,
Para sempre?
Num momento sem fim
Enfim
Só.

ÉS MINHA

Neste momento tu dormes
e eu beijo-te.
Ajeito-te
Continuas a dormir.
Na tua caminha.
És minha.
Os anjos são assim.
Eu, sou um diabinho.
Que de amor te mata.
E arrebata.
És minha.
Neste cheiro a jasmim.
Até que enfim.
És minha.
O tempo passou.
Não amei.
Mas agora cobrei,
És minha.
Cobro o teu carinho
No teu colo me aninho
Nos teus lábios me deleito
Logo contigo me deito
És minha.
Os teus seios acaricio
Minha boca percorre teu corpo
Num desaforo infindável
Extasiado,
Cansado,
Mas não de torpor
Não é dor
É amor
Tu és minha

Amiguel
29/7/2006

DIZES QUE VENS AO MEU ENCONTRO





Que dizer sem fugir a uma repetição,
Não encontro razão.
e da mesma maneira
aqui da Ericeira
adorei !
porque te encontrei,
não sei.
mas porque vieste ao meu encontro,
estou pronto.
como um tonto,
neste nosso encontro.
sim,
seja o que Deus quizer
quando o Amor vier.
vem até mim



AMIGUEL

TERMINUS

Terminaste porque te iniciei
E acabaste como nunca sonhei.
Foi maravilhoso,
Como o marulhar das ondas.
Inebriante,
Gostoso e reconfortante,
Apostei .
Convencido dum fim feliz,
mas trocaste as voltas ao que te dei.
Adormeci,
na ilusão do possível já não consegui.
Parti,
Para um inimaginável percurso
sem certeza nem ilusão,
mas com paixão,
quero realizar o que ficou em curso.


amiguel
maio.2001

O CACIQUE




Verme horrendo que maltratas,
Mente doente que amesquinha.
Gesto bruto que se adivinha,
Cínico da acção que matas.
Tu que destróis
E não constróis.
Tu que persegues
Se não consegues.
Tu que ameaças
Se não ultrapassas.
Tu que à cultura
Dás luta dura.
Tu que no teu dia-a-dia
Tens como suporte a iletracia.
Tu que corróis e matas
Na tua amiga trapaça.
Tu que o pobre ignoras
Do teu trono onde moras.
Tu verme horrendo, mente doente,
Para quem o amor está ausente.
Tu cínico e bruto
Que queres ser astuto.
Tu ser ignóbil
Que tens a maldade como móbil
Tu que governas com desprezo
Terás dos teus actos o seu peso.
Tu que tens fome de sangue
E o Povo manténs exangue.
Terás a Terra sem dó
Que te tornará pó.
Aí jaz
Porque depois tanto faz.

Amiguel
9/8/2006

AS FAVELAS


Sabes quem habita nelas?
São almas penadas,
Arrojadas.
Que lá dentro vão fervendo,
Como numa panela.
Hora a hora vão sofrendo.
São sonhos, constantes.
Perdidos
São corpos amantes
Sofridos
São esperanças que voam
Nesta Sociedade que povoam
São desvios, são destinos.
São amores, são dores.
São o teu e o meu
Desamor
Que não sofreu
São almas esquecidas
Abandonadas
São corpos ressequidos
Amargurados
São o fruto de políticos
Não estruturados
Malfadados.
São almas desviadas,
Pelo poder, podes crer.
São Favelas!
Não pensamos nelas!
Pela Sociedade assim fazer.
São pobreza
São nobreza
São amor
São desamor
São forças escondidas
Um dia incontidas.
São carências, são ausências,
Do Amor.
São presenças,
Da dor.
São Favelas,
Não pensam nelas!

Amiguel
29/08/06

SENHOR

Maravilhoso ,
Fomos nós dois,
Uma só vez.
No repasto te vi,
No meu coração nasceste.
No serão te senti.
A ti.
No meu coração cresceste.
Mas Senhor,
O que sinto é Amor ,
Ou apenas dor ?
Agitaste o meu coração,
Acordaste-me da solidão.
Agito-me,
Cogito,
Palpito
Revolvo-me.
Numa teia de pensamentos
Num mar tumultuoso
De ansiedades.
Acordo,
Agito-me
Cogito
É o sentir fantástico
És tu
A todo o momento
Assaltas-me o pensamento.
Meu DEUS,
É tua dimensão,
Infinita.
Envolve-me o coração.
És tu ,
O Amor,
Em que me agito.
Porventura é amor Senhor,
A minha profetisa.
Senhor,
É ela a poesia?!

AMIGUEL
Dezembro 2002

AO MEIO DIA

Meio-dia,
O Tejo no horizonte.
E meu amor ausente.
Aqui,
A papelada.
As questões,
As interrogações.
Tudo é nada.
Uma baralhada.
Quero ser amor amante.
Penetrante.
Quero,
Ver-te.
Tocar-te.
Amar-te.
Ao meio-dia,
Uma alma penada,
No meio da papelada.
Presa na razão do ser,
Para te ter.
Tudo é nada.
Ao meio-dia.


amiguel
18/2/02

O SOL BRILHA

Quanto tempo passado,
e ansiedade sofrida.
Quanto Amor desejado,
Por uma alma desiludida.
Mas o tempo passado,
não passou.
Chegaste!
E amaste,
És o sol que Deus destapou.
Voltou-me o sentido à vida,
Sinto-a mais comprida.
Do eu por ti acordado.
És divina,
Por Deus enviada.
Assim sejas abençoada!
Em ti a fantasia, realidade.
Sonho fantástico, de verdade.
Quero-te.
Minha.
Por Deus feita,
a eleita !

Amiguel
Junho-2003


UM DIA


Um mês depois
De um dia para nós dois.
Não imaginava.
Nem sonhava !
Dirigiram-se os nossos passos,
Relapsos,
Em sentido coincidente,
Presente.
Vi-te,
Senti-te.
Encontrei-te,
Amei-te.
Do meu coração saiu aquele convite,
E ouvi-te,
Que aceitaste, com prazer.
Não sabíamos o que fazer.
No turbilhão das nossas mentes,
Os nossos corações exultaram, um AMOR ardente.
Amámo-nos, num Amor belo.
Sonhámos que o Mundo seria melhor.
Na sinfonia dos nossos corpos, carentes.
Rejubilámos e agradecemos, em orações.
A obra que Deus fez nos nossos corações.
E tu bela musa, o meu outro elo,
O nascer num gesto singelo,
Que completa em meu redor,
No mais maravilhoso pormenor.

Amiguel
julho-2003

FANTÁSTICO

Tempo perdido,
Tempo urdido,
Tempo passado,
Tempo sonhado,
Tempo abençoado!
Inimaginável posse,
De um nascer desejado.
Foste tu puro acaso,
Ou benção divina implorada,
Ainda que de pecador fosse?
Voar nos teus braços embalado,
Ser como um petiz,
No teu coração,
fazer-te feliz!

Amiguel
junho-2003

A PRESENÇA




Começa o dia,
Imagino-te divina!
Vem a alegria,
Da tua presença cristalina !
Passam-se as horas
E outras horas,
E tu sem demoras,
Envolves-me a desoras.
É a felicidade,
Divina.
Na verdade,
É o AMOR
Que me arranca do torpor.
És tu,
Na dimensão da minha mente.
Sempre presente.
Que me enleva.
És tu

Amiguel

UMA APOSTA


Tudo fica como estava,
O tempo já não é.
Tu foges e refoges.
A vida corre e recorre.
E este amor permanece
Na tua ausência, não desfalece.
Então minha amada
Regressa depressa
Ganhemos o tempo perdido
Não percamos o tempo
Que é nosso.
Perder uma vida,
É tempo perdido,
Não amado.
Loucura de dois seres,
Desencontrados,
Desesperados,
Reencontrados.

AMIGUEL

À AMADA DESCONHECIDA



Chamo-te e não te encontro.
Quero-te,
procuro-te.
Nesta e naquela,
imagino-te.
Todas são um desencontro.
Desiludido de um amor verdadeiro,
Atravessei o Atlântico.
E por ti fiz este cântico.
Na angustia do derradeiro.
Passo os dias na solidão,
Na procura,
desesperado.
Do amor desencontrado,
Que trago no coração.
Tu, musa do meu encantamento,
Onde estás?
Onde viverás?
Apaga meu sofrimento.
Nas profundezas do desejo.
Numa procura constante,
Chamo todo o instante,
Por ti meu bem,
meu ensejo.

Abril-2005

PRAIA DO SUL



O Sol e o Mar perscrutam
O meu pensamento.
E dão-me o alento,
Na ausência,
Da tua presença
Que cava fundo
Na minha existência.
Onde tu minha musa,
Te escusas,
Foges,
Abandonas,
E regressas,
Com pressas.
Desejo-te,
Quero-te,
E tu voas,
Insubmissa do meu amor.
O Sol e o Mar guardam,
E confortam,
Este meu sentimento.


Ericeira,19-2-2005

O GRITO



Grito
Incontido
Sem gemido.
Grito por ti,
Grito aqui.
Da Ericeira,
Deste Portugal,
Onde o Sol esteira
E a gente se abeira.
Numa praia
À maneira.
O meu grito,
Grito por ti.
Vem para mim,
Para uma vida
Sem fim.
Procuro-te.
Estais aí,
eu aqui.
Juntemos nossos mundos
Vamos ter sem sofrer.
Com prazer,
Vamos dizer,
Aqui somos,
Aqui viemos
Aqui estamos
Aqui amamos
Aqui clamamos

Amiguel
30/6/2006

ASSIM




O que está em mim
Jorra como um vulcão
Pela força do coração
Nunca senti nada assim.
Estou só,
abandonado.
Estou feliz,
preparado.
Tudo fiz,
esperançado.
Sem dó,
reconfortado.
Assim no meu destino,
Assim te espero,
Sem desespero.
Aguardo por teus braços.
Teu carinho,
amor.
Tua ternura,
Teus beijos,
Com fervor.
Fazer-te feliz,
Assim quero.
Sem desespero,
Assim.

Amiguel
17Fev2005

ESPERO




Um pouco mais que nada.
Tudo ou nada,
Nada e tudo.
Duas pontas da existência
Do tudo
E do nada.
Existem.
Nesta existência,
Do tudo querer
E nada ter.
Neste sofrer.
Para ter,
O que não tem,
E de ti provém
Porém.
Quero e desespero
Num quase desespero
Espero.
AMIGUEL
6Março2005

POEMA


Uma expressão sublime,
De Um desejo intenso,
Porque em ti penso.
Sem formas definidas mas marcadas.
Rasgadas.
Aguçam-me a vontade de saber quem és,
Da cabeça aos pés.
Procure-te.
Vejo-te, mas não te descortino.
Permaneces envolta na nuvem,
Desconhecida.
Canto-te um poema.
O meu tema.
Estarás adormecida?
Escondida?
Insensível?
Um jogo incrível
Um desaforo.
Só no poema te encontro, imagino.
Linguagem do pensamento.
Limite do infinito.
Onde permaneço aflito
Nessa procura desmesurada, incontida
Saciada, apenas porque lida.
Só pelo poema…
Tenho pena.

amiguel
4Abril2006

PROCURA

Vale a pena,
Imaginar-te.
Quando tudo foge,
Tão veloz,
Vale a pena querer-te.
Quando o Mundo roda,
Velozmente.
Vale a pena,
Esperar-te.
Quando tempo desliza,
Sem contemplações.
Sem receio das minhas preocupações,
Procuro-te.
Com causa, sem efeito
Por direito.
Neste meu jeito
Que não enjeito,
Mas com jeito me deleito
Repousar no teu peito

Amiguel
30/6/2006

SE EU MORRESSE AMANHÃ



Imagina,
Jamais podias ser minha!
Se eu morresse amanhã.
Podia ser pela manhã
Ou ao anoitecer,
Sem te ter!
Se eu morresse amanhã
De madrugada
Estarias acordada,
Talvez.
Mas não haveria outra vez.
Mas eu morrer amanhã,
Porquê?
Se no destino tudo se vê.
Se eu morrer amanhã
Esvoaço no espaço,
Sem cansaço.
E tu ficas nessa ausência fora d' horas,
Não chores.
Se eu morrer amanhã,
É pura ilusão!
Fico no teu coração.
Se eu morrer amanhã,
Eu não partirei,
Permaneço em ti,
Porque sempre te amei.
Se eu morrer amanhã,
Mantém a esperança
Pois estarei sempre contigo.
Se eu morrer amanhã,
Serei o teu Anjo da Guarda
Que te aguarda.
Feliz,
Como um petiz.
Se eu morrer amanhã,
Não chores,
Não implores.
Se eu morrer amanhã,
Estarei no espaço.
Eu te espero,
Mas não desespero.
Tu, cumpre a tua missão.
Abre o teu coração.
Olha pelo teu irmão.
Luta, por um Mundo melhor.
Se eu morrer amanhã,
Completa-me.
Ama-me.
Não me abandones.
Se eu morrer amanhã,
Estarei sempre contigo.
Seremos um só.
Não tenhas dó,
Mesmo que eu morra amanhã!


Amiguel
18/09/06

SAUDADE




Saudade… é saudade,
Não é maldade!
Saudade......
É um amor que inebria.
E que me guia.
Saudade.....
É um vento em turbilhão,
que me acaricia o coração!
Saudade....
É fulgor ,
que tem presente o amor.
Saudade....
é um sentimento do ser
que transforma a dor em prazer.
Saudade.....
é o fogo sempre presente,
do meu amor por ti, pungente
Saudade....
é uma força incontida,
escondida !
Saudade....
é um indescritível sentimento
que está para além do pensamento.
Saudade.....
é um portento,
que temos cá dentro.
Saudade......
não é nostalgia,
é amor,
com, ou sem dor.
Saudade.....
é um estado de alma,
que nos acalma,
Saudade.....
é amor que nos aquece,
e fortalece.
é esperança,
é confiança.

AMIGUEL
AGOSTO/2008

O MOMENTO



O tempo
é o momento
que passa .
O momento
que permanece
e que já passou.

Não soube agarrar-te,
Manter-te apertado na mão.
Deixaste-me com a solidão,
Na esperança de conservar-te.
Mas tu és o momento
Que já não és,
Que já não passa,
Que se esfumou,
Como a nuvem irmã,
Que o Sol ocultou
no seu esplendor .

O momento passou
e permaneceu a dor
do tempo perdido,
Mas da esperança do amor
do tempo adormecido
dum momento sem dor.

Sou filho do momento
Que te viu e amou
Que te sentiu e abraçou.
Sou filho do AMOR,
Do Sol e da água
Do tudo e do nada
Da verdade e da vida
Da força e da esperança
Da alegria e do saber
Do ser para sempre
Filho do Universo.

amiguel
26-Mar-01

PARA ONDE VOU ?


Alguém sabe por aí,
Onde é o ocaso,
Por acaso?

Vou encontrá-lo concerteza.
Mas levo comigo o Mundo da tristeza,
Se nada mais que mãos vazias sem riqueza.
Pelo tempo passado sem sentido.
Se o esgotei nada dando,
Se o perdi nada partilhando.

Não!
Porque lhe junto o coração.
Quero a alegria de amar,
Quero contigo partilhar o fantástico sabor
Do que é o Amor
Quero envolver o meu querer
De suprir a dor,
Quero juntar a força do meu eu,
Quero que ames o que é teu.

Se a fraternidade construí,
Se a solidariedade ofereci,
Se a verdade está comigo,
Se o oprimido não olvido,
Se a prepotência combato,
Se tudo o que nos divide abato,
Se o Amor é a minha bandeira,
Se à guerra ofereço a tolerância
E digo não à ignorância,
Se o Amor me envolver
E disser não à discriminação,
Dizendo sim ao coração,

Então,
Sei para onde vou.
Vou para onde nunca saí,
Já cá estou,
Contigo,
Onde o Amor permanece, sempre.

Onde o ódio está ausente
E a exploração
Da mulher e da criança,
do pobre e do idoso
não têm lugar.

Deixaremos de lutar,
para à felicidade dar lugar.


19-Mai-01

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

DE ONDE VENHO ?


Inquietante pergunta .....
Que permaneces como brisa
Que não se sente,
Mas paira para lá da mente
no conluio duma qualquer poetisa,
Como o vento inebriante
num dia de primavera
conforta, enleia e nos liberta
na busca do segredo
que procuro desvendar, debaldemente ?
Vou no seu enredo,
e quedo-me no infinito do relaxe
nedo e quedo encontro
com razão
o que me vai no coração.

Venho das profundezas do infinito
Do tudo e do nada,
Do Amor e da verdade,
Trago comigo a certeza
De que este Mundo ainda é possível,
com verdade e com franqueza,
dar-mos as mãos ,
Comigo vieste nessa mesma missão,
Não esqueças, por incrível
Que o teu e o meu advir
Correm vorazmente para o mesmo provir.

Então,
Vamos, não percamos o tempo
Nem deixemos que o sofrimento alastre.
Assim,
A morte desaparecerá
A esperança florescerá
A verdade viverá
O amor vencerá
E tu acreditarás,
Também tu,
Que vens do infinito
Que apesar de nu
Es filho do Universo

QUEM SOU?

Sou quem sou !
Nascido do infinito.
Trazendo na alma a força do ser,
Pronto para Te amar,
E para Te ter.
Senti-Te,
Mas que esquisito....
Passaram as horas,
Os dias e os anos.
Olho para trás,
E o que vejo ?
A certeza da minha origem.
A força da minha caminhada.
O desejo,
A vontade de realizar,
O que ficou por fazer.
O livro para escrever,
O chão por andar,
A alma por encher.
O Universo que ficou por entender,
Da amizade que não tive,
Do Amor que não dei,
Do abraço que não senti,
Da Força que me ama,
Sou filho do Amor.
Sou filho da ternura,
Que perdura.
De uma mãe
Que dura,
Nas profundezas do Amor.
Sou filho do Universo,
Sou teu irmão.
Anda,
vem e agarra a minha mão.
Leva-me ,
Deixa que se cumpra o meu destino,
De te amar sem solidão,
Duma moeda sem verso nem reverso,
No Amor que és tu.
Que ao Mundo,
Me entregaste nu.

amiguel.
Maio 2001

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009



LOUCO

Nao sei se por ventura
tenho cura
desta secura
que me arrasta
para esta visão
de que sofre meu coração.
nao sei se sim,
nao sei se não.
procuro
procuro e resvalo.
tamanho é o abalo
que não encontro
a ternura
o carinho
o amor.
é um desencontro
desta altura
um desamor
talvez
de quando em vez
no meu coração
é uma frustração
procuro tua mão
teus beijos
meus desejos
teu carinho
meu ninho
teus braços,
tua ternura
teu encanto
por vezes meu desencanto
meu lamento
meu tormento
no entretanto rodopio
e por ti perco a noção do tempo
sou louco, nao entendo
este ópio
que me envolve e me cega
é confusão
é loucura
é tormento
este meu lamento
que me arrasa o coração.

Amiguel27/7/2006